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sábado, 6 de agosto de 2011


O fascínio pela ciência criminal...


"A força do direito deve superar o direito da força."
    
     O célebre e renomado mestre Rui Barbosa sempre nos enriqueceu com suas obras, e mais que isso, seus atos sempre nobres e sensatos com certeza merecem destaque não só para a história do Direito brasileiro, mas para a história do nosso país. Com esta epígrafe do distinto mestre temos a certeza cada vez mais forte de que o bem maior do indivíduo deve ser tutelado com todas as formas de proteção, corrigindo, o segundo bem maior, pois nada se sobrepõe à vida humana. 
     Porém, o que temos de concordar é que por diversas vezes nos sentimos atingidos, revoltados com certos casos que as emissoras de televisão diariamente nos noticiam, sempre nos colocamos na figura de vítimas, sentimos a mesma dor da família atingida, e dessa forma não paramos para pesar a dor e sofrimento vivenciado não só naquele momento de calor, por diversas vezes tão inflado pelas emissoras em busca de audiência, pura e simples, revertida em DINHEIRO. 
     Não queremos analisar casos concretos com razão, mas, nos deixamos levar pela emoção, claro que uma morte, um estupro, sempre nos causará sob à ótica emocional um asco, um ódio inerente à natureza humana; e desta forma nos esquecemos dos direitos constitucionais (acima de tudo) daquele sujeito ativo de tal delito, que apesar de seus atos errantes, também sofre. Seres humanos falhos, passíveis de erros, como também de reabilitação, somos todos iguais perante à lei. Como disse um brilhante professor em um congresso de ciências criminais, assistido por este que por ora vos escreve: O que você faria se sua filha fosse estuprada?!!
Mas o que você faria se o seu filho fosse um estuprador?! 
    Sempre achamos que a dor alheia é menor que a nossa, mas, antes de passarmos a julgar, pior que isso, a condenar sem antes mesmo de um início de uma instrução processual, passemos a ser racionais, e bom  
seria se só por uns instantes pudéssemos deixar o nosso coração de fora, e trabalhássemos pura e incisivamente com a racionalidade.


  Encerro este, com as palavras do brilhante Charles Lachaud, onde num caso criminal ele disse que se colocaria presente como: "auxiliar da justiça, para ajudá-la a se desempenhar dos seus deveres, e,como defensor, para levantar entre o culpado e os ardores da multidão uma barreira."